Wednesday, November 22, 2006



DIE LISTE #2

Kraftwerk – “Kraftwerk” (1970)

Em centésimo quadragésimo sétimo lugar da lista, isto é, no meio aritmético de uma lista de 293, vem um nome familiar: Kraftwerk. O grupo dispensa apresentações, porém, o disco que aqui se traz hoje e que segundo o Audion Guide faria parte da colecção privada dos Nurse With Wound - (abrimos um parêntesis para dizer que a lista é apenas composta de nomes de grupos ou músicos e não dos discos, pelo que um dos mistérios que os entusiastas da lista tentam resolver é que disco ou discos existiriam naquela colecção: as entrevistas que Alan e Steven Freeman mantiveram com Steven Stapleton, John Fothergill e Heman Pathak, na preparação do Audion Guide to Nurse With Wound, deram pistas para a solução do problema. Seguiremos aqui em geral as indicações desse guia, corrigidas por vezes pelas informações recolhidas no livro de David Keenan “England’s Hidden reverse”, de 2003, sobre o underground esotérico de Coil, Current 93 e Nurse With Wound.) – o disco de Kraftwerk que aqui trazemos hoje não é nem “Autobahn”, nem “Trans-Europe Express” ou “Die Mensch-Maschine”, mas o mais desconhecido e homónimo álbum de 1970, produzido pelo famoso e influente Konrad “Conny” Plank, “Kraftwerk”. Ralf Hütter e Florian Schneider-Esleben, os fundadores da banda, usaram orgão Hammond, flauta manipulada, violino eléctrico, guitarra e um baixo electrónico e foram acompanhados pelos bateristas Andreas Hohmann, no lado A, e Klaus Dinger, no lado B, para elaborar um álbum experimental, ainda ligado a um certo psicadelismo, mas apresentando já caminhos abertos para uma nova electrónica que tanto marcaria a música das décadas seguintes. Este não é concerteza um disco que se associe imediatamente aos sons que reconhecemos de Kraftwerk, e os próprios Ralf e Florian não o incluem no seu reportório canónico, mas talvez pelo seu carácter vanguardista e experimental o associemos mais facilmente com o Krautrock do que os álbuns posteriores.
Seleccionámos a faixa “Megaherz”, primeira do lado B, cujo título em alemão permite o trocadilho entre a medida das frequências e o neologismo “mega-coração”. Trata-se de uma faixa minimalista e atmosférica, quase “drone”, mas com dissonâncias e uma subtil agressividade que anuncia o som industrial de anos depois. Ouçamos, então, “Megaherz”.


Track list:
1. Retreat (Ruckzuck) (7:47)
2. Stratovarius (12:10)
3. Megaherz (9:30)
4. From the High Skies (Von Himmel Hoch) (10:12)

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